quarta-feira, 30 de maio de 2012
ventania
Foi tão avassaladora,
usurpou-me.
De supetão
penetrou em
todos os cantos.
Silenciosa, majestosa,
gélida, sempre
intensa.
Escancarou portas
e janelas, vidraças
e muros, passou
por todos os
obstáculos, mas
como, como isso?
Ainda consigo
sentir, e porque
não apalpar.
Não, não é abstrato.
Foi-se, visitou-me,
levou, levou tudo mais
depressa do instante
em que chegou.
Atravessou os bloqueios ,
e por mais que eu lutasse,
lutei em vão, não adianta,
conseguiu arrastar-me
com ela.
( Marcelo Nava)
caminhos
De todos que aventurei-me
nenhum levou-me
até você.
Confesso em não
saber qual é o
rumo certo,
para lhe mostrar
a direção do coração.
( Marcelo Nava)
terça-feira, 29 de maio de 2012
bandeja de doces
Um sonho
um bem-casado
um amor perfeito
entregue-me
a bandeja.
Do sonho eu
quero mais,
do bem-casado
mais e do
amor perfeito,
bem, eu quero
mais.
Que o amor não
se perca em paçocas
e/ou marias- mole.
Nas dificuldades, ao
invés de atirarmos
ofensas um ao outro,
que atiremos jujubas,
é doce e não
machuca.
Que possamos ser
o mel, e espalhar
açúcar por onde
passarmos.
( Marcelo Nava)
domingo, 27 de maio de 2012
castelo de areia
Escaldante sol,
refletia na areia
o tom dourado
do nosso amor.
Como um sultão,
construí o mais lindo
e singelo castelo.
Com a riqueza do mais
nobre dos sentimentos.
A onda veio e levou,
a chuva veio e levou,
o vento veio e levou.
As sobras,
estão encravadas
nas ardentes lembranças
espalhadas pelas
forças da natureza.
Pequenos grãos
circundam
os cantos isolados,
basta juntá-los para
construir novamente
um castelo, ou o castelo?
( Marcelo Nava)
quarta-feira, 23 de maio de 2012
tente mais uma vez
Vamos tentar?
Só mais uma vez,
não custa nada.
Andar de mãos dadas,
é tão bom!
Acordar ao seu lado,
é melhor ainda.
Dizer eu te amo,
então... nem me fale.
Sorrir, gargalhar, viajar.
Saborear, e sentir
o cheiro de jasmin e mel do amor.
Tantas coisas podem
ser vividas, basta
tentar, e mais uma vez
tentar, tente.
( Marcelo Nava)
domingo, 20 de maio de 2012
vida
Cada um faz dela
o que deseja.
Dádiva do Criador,
amuleto de esperança.
Salve, salve!
que seja sempre
em abundância.
( Marcelo Nava)
passarinho
Na chuva, o canto fica
ainda mais imponente,
o peito cor de açaí
se enche,
para que dele saia
a mais linda
poesia amapaense.
( Marcelo Nava)
para meu amigo poeta Pedro Stkls que me pediu um poema bem feliz
sexta-feira, 18 de maio de 2012
five o 'clock tea
O cheiro de erva-doce
dá para sentir lá do
portão.
Na varanda, ouve-se
uma canção tão suave
quanto o chazinho, que
já nos remete aos doces
goles da paixão.
( Marcelo Nava)
quarta-feira, 16 de maio de 2012
um dia qualquer
Uma foto
uma cena
um cheiro
uma música
um lugar
como consegue
permanecer em tudo
na minha vida?
Pode ser que
sou eu quem
caí de cabeça
nos seus pensamentos
afundei-me nas lembranças
do que foi um dia
e espero o dia.
( Marcelo Nava)
segunda-feira, 14 de maio de 2012
o sonho
Corra, corra
voe pela imensidão
habite a densa névoa
na escuridão
pare!
depare-se comigo
conheça-me, vislumbre
o meu íntimo
perceba que está
em um labirinto
saia em disparada
venha, persiga-me
estou aqui
onde?
aqui
não fique ofegante
você está se aproximando
eu vi isso,
e isso também,
e sei o que
vai acontecer
o que vai acontecer?
sonhos, é tudo o que eu sei
fantasias de amor, é tudo o que eu sei
ilusões de amor, eu sei que não
despertam com o amanhecer.
despertam com o amanhecer.
( Marcelo Nava)
terça-feira, 8 de maio de 2012
singelas ofensas
Vá embora
saia da minha vida
desapareça
esqueça-me
não volte mais
não me iluda
não me traia
faça alguma coisa!
chore
grite
descabele-se
arrombe a porta do meu quarto
entre!
sente-se
vamos conversar
aceita um vinho?
acalme-se
foi um erro
desculpe-me
eu insisto
eu imploro
eu não paro de pensar em você
não faça mais isso
chegue aqui
chegue perto de mim
não saia daqui.
( Marcelo Nava)
sábado, 5 de maio de 2012
incessante canção insiste em ficar
Já perdi as contas de
quantas vezes ouvi essa canção.
Começa lenta, e aos poucos
toma conta de mim.
Volta e meia, arrisco
alguns versos cantando
junto a melodia.
Pura ilusão.
A canção logo termina
como a lenha da lareira.
É inverno, e o frio congela
minha alma. Só a canção
que insiste em ficar,
consegue me aquecer.
Por mais que a letra
diga o contrário, a minha chama
não pode mais brilhar.
Como é bela, como tem força
para entrar em minha memória,
e habitar por lá mesmo.
Toca canção, embala-me com suas
linhas de emoção.
Mera coincidência?
A letra foi delineada pelo poeta.
( Marcelo Nava)
Assinar:
Postagens (Atom)