sexta-feira, 30 de março de 2012

aurora, que Aurora




Ei, Aurora,
hoje o dia nasceu
com a aurora majestosa.
Passei pela casa de sapé,
e as violetas na janela
me chamaram a atenção.
Conversei com as flores.
Pernambucana arretada,
Aurora surgiu.
Rapaz, pare de olhar as minhas violetas!
Elas estavam sem vida, então,
imaginei que precisassem de cuidados.
Escute aqui, as flores refletem
a imagem de quem as cuidam.
Por isso, quero que me convide
para eu entrar em sua casa,
e deixar que o meu coração
fale para você.
Deixe eu lhe ouvir,
sinto que está aperriada.
Aurora, na linda aurora,
só teve a ganhar com isso.
( Marcelo Nava)  

terça-feira, 27 de março de 2012

mo(vi)momentos

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No bailar dos passos,
aumenta o compasso
do meu coração.
Cenas conseguem
transportar-me há  
tempos que eu não
imaginava poder voltar.
Terras esquecidas lembra?
A luz da liberdade nos iluminou,
os campos verdejantes
exalaram poesia e criancices.
Lá nas margens de água doce, cenas de lutas
e coragem se misturavam a paisagem.
Era tudo natural, éramos sem ardilezas.
A magia da floresta autenticava que,
a selvageria nos acompanhava.
Renascemos, florescemos.
O pensamento veio como as tempestades.
Alagou o ouro verde,
transformou-nos em espécies distintas
não temos mais a mesma ideologia,
preceitos e conceitos foram postos e impostos,
aula de balé e esgrima,
pretéritos, divisão, soberania, poder.
Movemos, fincamos estacas,
em épocas amorosas.
( Marcelo Nava)

domingo, 25 de março de 2012

água e vinho


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Aqueceu-me,
confortou-me,
sofisticou-me,
brindamos a união.
O doce gosto pude apreciar
lamúrias vieram.
Na confortável poltrona de couro,
na beirada da cama,
ou no chão.
Pura,
simples,
revigorante.
Só em ti consigo
saciar-me.
Água e vinho podem se fundir.
( Marcelo Nava)



quarta-feira, 21 de março de 2012

fogo cruzado


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Quando se ama, a troca
de injúrias não dói.
O fogo cruzado de palavras
maldosas não rompe
a barreira do eu te amo.
Se fui um soldado romano
com você, certamente
vós também me atingistes
com suas lanças.
Eu soube lhe perdoar
até o último instante.
Você, você minha cara, cara-metade
deixa pra lá...
A máxima viva do perdão
e do amor sempre continuará.
Mais branda sim, em menor intensidade
pois a chama se enfraqueceu.
Pode ser que, com o passar do tempo
a chama se revigore,
e faça com que tenhamos
aprendido que, os nossos corações
não são bonecos de retalhos velhos,
onde tudo suporta sem reclamar
ou sem se ferir.
( Marcelo Nava)




domingo, 18 de março de 2012

mande notícias


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Eu não quero saber de onde você veio,
nem para aonde você vai,
só não desapareça.
De vez em quando podemos nos ver?
Não será nada fatídico
será descontraído,
prometo não falar de amor,
se você não quiser, é claro.
Falar de amor não,
mas de nós dois sim.
Quando estávamos juntos, eu
não me importava em saber 
a cor dos seus olhos,
o tom da sua pele, 
a cor dos seus cabelos
ou dos seus sapatos.
Eu queria apenas saber de você.
Foi-se para longe, como a águia
que sai do ninho e do
acalanto dos pais.
Se puder dar meia volta dê,
se puder lembrar de mim, lembre-se
se puder estar comigo, esteja para sempre.
( Marcelo Nava)

quinta-feira, 15 de março de 2012

no meu quarto eu te sinto

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Era madrugada e o silêncio
reinava na noite.
Deixei a porta do meu quarto
entreaberta imaginando
que você viria.
Senti os lençóis se mexerem na cama,
senti sua mão leve, deslizando sobre mim.
Senti seu cheiro de mulher, 
seu sussurro no meu ouvido,
E lá fora, a lua nos vigiava.
Você deitou a meu lado,
mas eu não quis acordar.
Fiquei imóvel, só te sentindo.
Que fique tudo assim, deixa como está.
Amanhã eu sei que você virá,
Eu não quero do sonho acordar.
( Marcelo Nava)

domingo, 11 de março de 2012

moldurei-te

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Não sou Portinari, nem Da Vinci e nem Picasso. Mas da forma como lhe imaginei, desenhei-te e te pintei na tela.
Da face ao corpo. Este, eu cuidei com mais delimitação.
A silhueta curvilínea, o largo quadril, as finas mãos,
as longas pernas e os pés de anjo, tudo foi traçado assim.
Se Niemeyer visse, ficaria invejado.
É a personificação do que pode existir.
Um contorno aqui, um traço ali, um retoque acolá.

É o momento do pincel entrar em cena.
Comecei a dar cor, realismo àquilo que julguei ser a fonte de minha inspiração.
O bronze da pele,
o verde-esmeralda de seus olhos, o castanho-escuro de seus cabelos encaracolados e o vermelho intenso de seus lábios.
Logo me veio a mente, o frescor de sua juventude
ó juventude que muitas vezes é esquecida.
E é sem dúvida, a maior riqueza da vida, o ouro e a prata não se igualam.
Tão feminina, de traços tão suaves. Tão provocante e tão segura de si. Essa foi a imagem que iria impactar os olhares sedentos, os traços da mulher que eu pintei.
Só mais um detalhe: deixe-me colocar a moldura. Uma obra de arte é para ser exposta e apreciada.
(Marcelo Nava)

sábado, 10 de março de 2012

não me faça sonhar

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Não, não me faça sonhar assim
jeito meigo, sorriso travesso que
enfeitiça-me assim.
Voz aveludada, roupa despojada
simples assim.
Cabelos ajeitados, pretos como a noite
noites que não tem fim.
Sapato descolado, olhos pretos cintilantes
os quais eu quero que olhem para mim.
Bochechas salientadas, lábios viçosos,
estes, eu desejo que toquem os meus.
Para sentir o sabor especial do seu beijo,
apaixonado que me cobre de prazer e me faz
repousar lentamente em meu leito.
Eu quero passar o resto dos meus dias
com você só para mim.
( Marcelo Nava)  




terça-feira, 6 de março de 2012

insanidade pura


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Pode ser um paradoxo para o poetastro,
mas a falta de juízo
cai-lhes bem ao versejar.
Sim, é uma contrariedade eu sei,
pois me considerado ajuizado.
Mas, ao poetizar
consigo desprender as coisas da terra
e fazê-las levitar.
A odisseia do poeta não é fácil,
necessita de conceitos filosóficos,
e em vários momentos
romper barreiras.
Deprimido, estranho,
Lunático, demente, adjetivos ou não, não importa,
a mosca dos versos me picou,
e me deixou com sede de versejar.
O cotidiano preenche o meu vazio,
centenas de pessoas sentem vontade de esboçar 
seus anseios e os dos outros,
deve ser por que foram picadas
pelo mesmo inseto que eu,
o qual as causou juízo ou
falta dele, ao delinear belas palavras.
( Marcelo Nava)

sábado, 3 de março de 2012

única


(1) Fotos do mural

Explosiva como um vulcão,
Branda como a chuva
Ardente como brasa
Brilhante como uma estrela 
Voraz como uma fera
Quente como sol
Fria como gelo
Doce como mel 
Amarga como limão
Preciosa como diamante
Corajosa como uma guerrilheira
Frágil como as flores
Envolvente como um abraço
Sofisticada como princesa
Simples como plebeia
Áspera como uma rocha
Suave como o toque da harpa
Singular,
expansiva,
evasiva
Única.
( Marcelo Nava)