segunda-feira, 11 de junho de 2012

o encontro de Clarice Lispector e Carlos Drummond de Andrade

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Clarice mandou avisar: - Posso me encontrar em qualquer lugar com o Drummond, menos em Brasília. A, já sei nobre escritora, lá na Capital Federal há muitos eu diria, delitos.
Drummond também pestanejou, dizendo que a vontade de ver Clarice era grande, mas a disposição para obedecê-la era pequena.
Enfim, o encontro foi concebido. Clarice risonha, a cada palavra levava o cigarro à boca. A fumaça tomava conta do ambiente. Drummond, solícito, com seu jeito amável, conquistava a todos. A emoção dos catedráticos se estendia da cafeteria à Princesinha do Mar, subindo ao infinito, em meio aos versos singelos que insistiam em brotar das gargantas afiadas.
E ficaram na velha discussão, entre homens e mulheres. Ambos concordaram que as mulheres levam os homens a cometerem loucuras.
Drummond insistia em afirmar que as pessoas não devem se ater em aprender coisas que não lhes interessam, devem descobrir novas coisas.
E no amor? O que enaltecer do mais nobre dos sentimentos? Nisso, tanto Clarice quanto Drummond,
são categóricos. A escritora sugeria que vivêssemos sem nos preocupar com delongas, e Drummond traduzia o amor da forma mais brilhante que pôde. Ele não parava de poetizar para Clarice, gesticulando e entoando versos, dizendo que o amor cabe em qualquer lugar, da cama ao mar.
A conversa não poderia terminar sem um longo abraço e sem confirmar que a amizade é pura, a amizade transforma, e que rir sem motivo é o melhor da vida.
Ouvia-se os dois: - Parabéns Drummond, você é fabuloso, você é Divina Clarice, vamos então praticar a felicidade, um novo encontro com vocês, é o que desejamos. ( Marcelo Nava)

Um comentário:

  1. ' E tudo isso aqui é culpa da poesia. Adorei. E a imagem é perfeita. =)

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