sábado, 21 de abril de 2012

estilhaços





Cultivei o amor dentro de um vidro,
o vidro se rompeu,
e pequenos cacos espalharam-se
por todos os lados.
Até hoje não consegui
encontrar o caco que
lembra o seu sorriso.
Estilhaços voaram pela
janela do nosso apartamento
e encontraram as ruas.
Quando procuro pelos fragmentos,
tenho a sensação de que
algo me vigia pelas calçadas.
Bueiros, poças de lama,
tudo ficou enfeitado com 
os pedaços de vidro.
Em tom esmeralda,
com o tempo esfarelaram-se
transformaram-se em nuvens
e atingiram o céu.
O vento soprou, e 
inundou a estrada
com o pó incandescente,
jamais apreciado antes
na cidade.
Ecoa, vai, penetra
na imensidão,
amor estilhaçado, que
eu não faço questão de quebrar.
( Marcelo Nava)
          




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